domingo, 30 de maio de 2010

Maratona MK Maquinas

Pois é, foi a primeira Maratona nos trilhos que me ensinaram a andar (Tábua é a terra dos meus avos paternos), foi simplesmente a mais dura prova que me recordo. Deixando em termos de dificuldade fisica, para trás Mortágua e Portalegre, que grande empeno…

A altimetria (1732 m) muito ao estilo Up and Down deixava antever dificuldade, mas confesso que a boa forma física em que me encontro, fizeram-me subestimar esta Maratona, como era a primeira vez não tinha noção de tempos, por isso não tinha nenhum objectivo, para alem de terminar com o melhor tempo possível. O inicio foi forte, os MK Makinas decidiram, e bem, separar o pessoal da Maratona do da Meia-Maratona.

Como arrancamos cerca de 2 minutos antes a partida foi pacífica, com os “canhões” da frente a desaparecerem e os restantes a ficarem com o caminho livre para imporem o seu ritmo.

O contingente Manhoso contou com a presença do Luís Pedro, TiCla, Tónito, Luis Neves, o Ricardo e eu, todos inscritos para a Maratona. Como tem vindo a ser hábito eu fiz parceria com o Luís Neves, marcando este o ritmo inicial, com um inicio bastante enganador em termos de dificuldade, levando os mais distraídos a subestimar o percurso, pois grande parte das subidas a inclinação não era facilmente perceptível. Como tanto eu como o Luís Neves usamos monitores de frequência cardíaca foi fácil dosear o esforço, mantendo o ritmo elevado, mas logo a seguir a passagem pela famosa rocha a “greta” o luís ficou de tal forma desorientado que partiu a corrente, a reparação demorou bastante, mesmo com a ajuda do Tónito.

Reparação efectuada, entramos numa das zonas mais divertidas do percurso, um enorme single track muito técnico numa zona de mato serrado, acompanhado por um som de selva (uma gravação, engenhosamente fornecida pela organização), onde o Tarzan ia dando ares da sua graça, uma inovação que a meu ver saiu muito bem.

Saídos do ST começamos a subir, passando antes por um ribeiro

em que a agua nos dava pelos calções, mas novamente uma paragem forçada, desta vez com o Tónito a furar. Furo reparado foi pedalar com gana, de forma a recuperar o tempo perdido, tudo correu bem até que por volta dos 60 Km, as pernas acusaram o esforço, a partir dai foi sofrer até a meta.



Resultado; 62º lugar, com os 70 km feitos em 04:47:36 (04:15:20 a pedalar)


Não deixem de pedalar,

César Coelho

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Bike-to-work-day

Hoje realizei um desejo antigo, daqueles simples, mas que nos dão grande satisfação.


Desde que ganhei esta paixão pelas bikes, que falo na possibilidade de poder ir trabalhar de bike. Claro que o facto de trabalhar a cerca de 30 Km de distância, aliado a ter de entrar as 8 da manhã, fazia esquecer a ideia. Ainda existiam outras condicionantes que dificultavam, por exemplo o problema da roupa, pois transportar a roupa na mochila não é pratico quando se tem de andar engravatado e engomado  e tinha ainda as condições climatéricas, principalmente este ano, que como sabemos tem sido terrível .

Devido a tudo isto a ideia ficou sempre na gaveta, até que este mês uma alteração nos meus horários a fizeram voltar a despertar.

Foi então que começou a aventura, primeiro a preparar e transportar a roupa e os utensílios para o banho. Desengane-se quem pensa poder efectuar uma distância com estes níveis de altimetria, sem suar, a menos que possua uma Gocycle?? (se querem saber o que é isto e principalmente sobre como é a experiencia ir de bike para o trabalho em Lisboa, visitem o sportblog do César em http://omeusportblog.blogspot.com ), depois elaborar uma check-list de material necessário, que para alem do mínimo ( iluminação, camera de ar, ferramentas basicas e hidratação) devemos juntar roupa extra para o frio, visto que é fácil subestimar esta parte ao sair de casa às 8h30 com calor, mas o retorno, no meu caso já sem sol ás 20h30 faz recordar que quando circulamos a médias superiores a vinte km/h a temperatura desce cerca de 5º graus, em relação a temperatura ambiente.

Chegada a hora, tudo pareceu simples, depois de ajudar a minha mulher com a habitual azafama de preparar os putos para a escola, foi só vestir o equipamento de ciclismo (para espanto dos meus filhos, que não estavam a entender como era possível eu ir trabalhar assim). Depois das despedidas, ligar o MP3 e arrancar, aproveitando as partes da ciclovia que já se encontram terminadas, o resto foi pela velha nacional.

Ao chegar ao meio urbano e apesar de Viseu não ter os problemas de mobilidade de Lisboa ou Porto, foi notória a minha superior facilidade de progressão, claro que também pode constatar a falta de civismo que ainda impera, não sendo a circulação fácil para quem tem pouca experiencia (valeram-me os muitos anos a andar de mota em Lisboa). Também não gostei da poluição, muito mais notória quando andamos sem a redoma de lata. Por falar em lata, voltei a sentir pena de quem tem de andar de carro (já o sentia quando me deslocava de mota), os “enlatados” parecem-me sempre tristes e melancólicos, talvez devido ao ar rarefeito das suas latas , em oposição eu passava radiante, a aproveitar o prazer de estar a poder andar de bike .

Demorei cerca de uma hora e quinze minutos a chegar ao meu local de trabalho, depois do banho estava novo e renovado e o dia correu de forma notoriamente diferente, pois esta é, para mim, a forma ideal de fazer exercício, antes do trabalho e não depois.

Em resumo o utilizar a bike como meio de transporte traz imensos benefícios, na maior parte das vezes superiores as contrariedades, sendo o maior entrave unicamente cultural, não falo de quem como eu mora na periferia, porque realmente fazer 60 km por dia, para quem não pratica ciclismo, é impraticável, falo antes para aqueles que moram a 5 ou 10 km do trabalho, muitas vezes em zonas planas. Talvez um dia as mentalidades mudem e possamos ver cada vez mais pessoas a rentabilizarem de forma positiva o tempo gasto nas suas deslocações.

Eu continuarei a minha ínfima cruzada nesta direcção, depois desta experiencia positiva, farei sempre que possível da bike o meu meio de transporte.

O meu estado de espírito, o ambiente, o meu corpo e até a minha carteira irão por certo agradecer.

Boas pedaladas,
César Coelho

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Rescaldo de Portalegre

onasSó agora faço o rescaldo, devido a umas merecidíssimas ferias, foi tempo de repor energias e tentar não pensar (muito) em Bikes.


A minha segunda participação em Portalegre não podia ter corrido melhor. Os Manhosos juntaram mais uma vez um contingente Internacional (quatro Manhosos CH). Foram 15 os bravos guerreiro que partiram das terras de Viriato (contamos com um reforço de dois amigos, um deles já repetente), os objectivos eram bem diferentes e para quase todos os gostos. Tivemos três estreantes, o Carlos Jorge e o Daniel Andrade quiseram conhecer Portalegre logo da maneira mais dura (Maratona) e o Ricardo Martins que preferiu ir pelo seguro (Meia-Maratona). O Luís Neves e o Jorge Amaral tentaram este ano os 100 Km, depois de passarem pelos 50 no ano passado. O Paulo Carreira fez o inverso, depois de fazer a Maratona no ano passado, este ano decidiu “tentar” a Meia-Maratona. Os restantes Manhosos CH tentaram novamente a Maratona, desta vez para terminarem. No meio disso tudo ainda existiam os Manhosos veteranos que iam na desportiva a dar apoio aos novatos. O Tiago esteve indeciso até á ultima hora, mas lá decidiu arrancar a dar gás, apesar de ter uns dois mil betetistas para ultrapassar.

Eu arranquei com o firme objectivo das 06h30, tive como vem sendo habitual nos últimos tempos a companhia do Luis Neves, que tal como eu queria terminar com o melhor tempo possível.

De início seguimos de perto o Tiago, mas o ritmo imposto era demasiado elevado e achamos mais seguro abrandar, mantendo no entanto um ritmo razoável. O início foi igual ao ano passado, subida em alcatrão até a separação do pessoal da Meia e da Maratona, entrando nesse ponto finalmente em terra. Ate a referida divisão foi notória a diferença de andamento do pessoal, pois ao termos arrancado tão tarde este ano apanhamos muito do pessoal mais lento. Claro que após a separação o ritmo alterou-se, sendo notória a melhor preparação física do pessoal da Maratona, mesmo assim lá fomos lentamente ultrapassando o pessoal, principalmente nas subidas. O luís estava com receio das duas serras finais, por isso estava um pouco na retranca (finalmente percebeu que tem de dosear o esforço), mesmo assim fizemos os primeiros 50 km em menos de três horas, por isso rapidamente chegamos as temidas subidas da Serra de S. Mamede, a passagem desta zona foi para mim relativamente fácil, pois os treinos de no ginásio tem dado, como já referi, os seus fruto, principalmente na minha capacidade de recuperação, por isso a parte mais difícil, por incrível que possa parecer, foi mesmo a descida final. O não poder descer a pedalar, devido a ter uma semi-rígida, obriga a fazer todo o percurso em pé, suportando as irregularidades do terreno nos braços e perna, e isto depois de já ter feito 90Km, verdadeira dureza.

Em resumo, foi consensual a opinião de que esta foi a Maratona de Portalegre mais dura de sempre, com um percurso muito idêntico ao do ano passado, a diferença estava na altimetria da primeira subida da Serra que este ano “cresceu”, no entanto não vi o sofrimento do ano passado. Uma das explicações pode ser o facto de este ano estar inserido no meio do pessoal da parte superior da tabela, sendo este teoricamente mais bem preparado fisicamente, o tempo também pode ter feito a diferença, pois este ano estava muito menos calor, outro factor pode ter sido o facto de ir em dupla com o Luís, e por isso ir mais “distraído”, mas ficou a vontade de fazer a desforra final para o ano. Vamos ver, ainda falta bastante tempo, mas confesso gostava de tentar o aproximar as seis horas totais, isso sim era um fechar do ciclo Portalegre em beleza.

Resultado fiquei em 432º lugar, entre 1025 atletas que terminaram, dentro de 1450 inscritos.

Fiz os 100 Km em 06h52 (06h31 a pedalar) media de 15,2 Km/h, em comparação com o 685º lugar do ano passado, em que fiz 07h30 (07h09 a pedalar) e uma media de 13,9Km/h e tendo em conta a dita dificuldade extra do percurso deste ano, acho que posso considerar a Missão Cumprida :-) 

http://sportstracker.nokia.com/nts/workoutdetail/index.do?id=2440468

Boas pedaladas,
César Coelho